O Eremita – Review | Confraria Floydstock

Sergio Motta | Confraria Floydstock

Oito anos após o debut “Orion” (2017), a banda paraense Ultranova retorna com “O Eremita“, álbum que confirma sua ascensão no cenário do rock progressivo brasileiro. Lançado pela Masque Records, o trabalho apresenta oito faixas instrumentais, incluindo uma versão ao vivo de “Aquântica” (do primeiro disco) como bônus. A formação mantém Daniel Leite (guitarra), Thiago Albuquerque (teclados) e Henrique Penna (bateria), com Arthur Cunha assumindo o baixo e Kléber Benigno agregando percussão.

Maturidade e sofisticação em evidência

Enquanto “Orion” destacava-se por uma energia juvenil e texturas bombásticas, “O Eremita” revela um amadurecimento composicional. As estruturas sinfônicas ganham nuances mais elaboradas, com arranjos que equilibram complexidade e emotividade. A liberdade criativa dos músicos transparece em diálogos instrumentais coesos, onde cada elemento, dos teclados atmosféricos às linhas de baixo propositivas, contribui para uma narrativa sonora envolvente.

A produção impecável realça a dinâmica entre os instrumentos, permitindo que detalhes como os solos de guitarra ou as percussões intricadas sejam apreciados em camadas. Tracks como “O Eremita” e “Horizonte de Eventos” exemplificam essa evolução, mesclando passagens épicas com momentos de introspecção melódica.

Veredito: Uma joia do progressivo nacional

O Eremita” não apenas supera as expectativas criadas por “Orion“, mas estabelece a Ultranova como uma das bandas mais relevantes do gênero no Brasil. O álbum destaca-se pela profundidade temática e execução técnica impecável, posicionando-se como um forte candidato a melhor lançamento instrumental de 2025. Para fãs de Rush, Yes e Dream Theater, esta obra é essencial.